CANARIL DE MAFRA.JM

ovo não fecundado/goro

ovo fecundado com 5/6dias





     
Imagens da net



Nesta altura de criação vou escrever alguns artigos de interesse geral....
Começo por aquele que mais duvidas e questões colocam a todos nós...
e que MUITAS VEZES nos levam ao desespero...

 OS OVOS NĂO ECLODEM.... OS PASSARINHOS NÃO NASCEM...

Que se passa??? que fiz de errado???

No momento em que a fêmea inicia a postura iniciam-se tambem as nossas ilusões de que este ano é que é...
Este ano TUDO vai ser perfeito..,.
Mas quando os ovos não eclodem e os passarinhos não nascem.... desesperamos...

e quais os porquês??

Quando a fêmea coloca normalmente o 3º ovo ou o 4º é o momento em que nós retiramos os ovos de plástico de substituição e colocamos os da ninhada.
 Fazendo assim com que aumentem as possibilidades de sobrevivência de todos,porque desta forma em principio nascem mais ou menos na mesma altura, no limite com 1 dia de diferença entre eles.
Começam assim 13 dias(em média) onde depositamos todas as nosssas ilusões( à vezes demoram 14 e até 15 dias para nascerem depende da forma de incubar da fêmea)).
Esperamos ao fim desses dias para ver no fundo do ninho um montinho de penugem com uns minusculos bicos apontados ao "céu"...assim que sentem um estremecer do ninho.
Isto se o processo de incubação decorreu normalmente.
Se isso não acontece...
Começamos a deitar contas à vida e a tentar perceber o que correu mal.

E começa a desilusão.

Primeira reação quando não nascem.... partir os ovos para percebermos como se de verdadeiros entendidos estivessemos a falar...
Quando o fazemos podemos deparar-nos com uma de três situações desde que não tenhamos verificado a fertilidade dos ovos ao 6º/8º dia.

 

PRIMEIRA: O ovo não estava fecundado não existindo sequer embrião.

SEGUNDA: Abrimos o ovo porque passou os limites do tempo e...o embrião estava vivo e pronto para nascer mas ainda está rodeado por vasos sanguíneos e o seu vitelo não foi absorvido na totalidade pelo embrião.Nestes casos em que achamos que já fizemos "merd"... o que podemos fazer é repor os restantes ovos no ninho e esperar mais 2/3 dias que nascam. O que normalmente acontece.Esta situação dá-se com alguma frequência em femeas que não ganham suficiente febre durante o choco( nas 1ªs posturas de fêmeas novas) ou que iniciam o choco demasiado cedo deixando um ovo no oviduto que o organismo acaba por absorver sem nos apercebermos e que leva a que não choquem correctamente.

TERCEIRA: O embrião está morto... está formado na perfeição mas morto... não nasceu!Por quaisquer motivo não rompeu a casca e morreu.

E AGORA?

Porque aconteceu?

Quais foram as causas?

Como evito que volte a acontecer?

Estão são as perguntas que mais nos fazemos e que nos levam a dizer aqueles "palavrões" todos contra nós e contra tudo e todos e nessa altura dizemos ...

 Pró ano se me voltar a acontecer acabo com tudo!!!

... mas no ano seguinte....

Nós sabemos o que voltamos a fazer...e às vezes ainda com mais casais.

 

Mas então quais as causas mais frequentes destes problemas :

A CONSAGUINIDADE

Os embriões por consaguinidade muito próxima são mais debeis e não tem vitalidade suficiente.

Ou deles fazem parte genes letais que não permitem o desenvolvimento até ao fim do embrião.

 

Todos nós quando temos machos de excelentes qualidades tentamos maximizar o padrão dos mesmos.

E isso faz com que os usemos em varias femeas e depois usamos esses meios irmãos para conseguir fixar uma linha de criação a nossa!

NesTas circunstâncias acasalam-se pais e mães com filhos e até meios irmãos.

Por norma e príncipio estes acasalamentos não trazem problema e permitem avançar no padrão do standard que procuramos.

O problema é que repetimos estes procedimentos e ao fim de algumas gerações estamos no padrão mas com uma consaguinidade muito próxima.

É aí que começam os problemas da consaguinidade, onde a falta de vitalidade do embrião e até  das crias que nascem. Estas não só são por norma mais pequenas como são mais débeis morrendo muitas antes da idade adulta ou chegando a esta durante a muda.

E quando pensamos na eclosão do ovo estamos a falar da mesmissima coisa,nascem os mais fortes e que têm força para romper o ovo.

O processo de eclosão é durissimo para as crias os mais fracos não o conseguem sequer terminar morrendo muitas vezes já depois de "picarem" a porta de saida.

O embrião para romper a casca age de forma sistematizada.

O passarito antes de nascer está situado no centro do ovo com a cabeça sempre para o lado mais largo do ovo e com esta encostada à membrana que separa a camara de ar.

Como se processa o nascimento então...

Começa por forçar com o "dente" que têm bico esta membrana que rompe sob a pressão do bico.

Depois vai efectuado movimento circulares pressionando-o contra a casca até que consegue abrir um pequeno orificio.

E agora começa a verdadeira batalha.

Com movimentos de corpo e usando o "dente" alarga o buraco estirando o ovo ao longo de todo o seu perimetro enquanto vai girando lentamente.

Quando por fim parte o perimetro do ovo com os ombros e a pressão da cabeça e das patas separa ambas as partes.

isto é o que o passarito tem de fazer para alcançar a desejada liberdade.

Mas muitas vezes estes filhotes mais débeis nem sequer rebentam a membrana. Morrerm antes de o conseguir por serem fracos e se esgotarem antes.

 

(Conselho: Podemos usar a consaguinidade e devemos mas deveremos evitar a proximidade extrema e devemos sempre procurar usar os exemplares mais fortes e mais robustos de cada ninhada para este efeito)

 

INFECÇÕES TRANSMITIDAS PELA FÊMEA ( aparelho reprodutor)

Quando acontece por esta causa normalmente falamos de Salmonelas, Coccidiose ou Proventriculite , doenças de que as femeas são portadoras .
Quando não se fazem tratamentos preventivos antes e durante a criação pode suceder e neste caso o passarinho morre dentro da csasca não chegando a nascer mesmo ou no caso da Proventriculite ,nasce e morre entre o 3º e 7º dia.

INFECÇÕES TRANSMITIDAS PELO CRIADOR

 

Infecçoes transmitidas ao ovo pelo criador que com as mãos sujas manuseia os ovos e pelo facto de estes serem porosos os contaminamos.

 

GENES LETAIS HEREDITÁRIOS

Os genes que entram na formação genêtica dos Intensos, brancos e dos fatores dominantes dão-nos ovos que normalmente se desenvolvem até o oitavo a nono dia de incubaçăo normalmente, mas uns 25% da ninhada năo vão eclodir fruto da actuação estes genes sobre alguns dos ovos.

Que levam a que estes sejam goros ( em média 25% destas posturas falharăo).

Lembrar sempre que:

INTENSO x INTENSO= LETAL

INTENSO x HOMOZIGÓTICO = LETAL.

HOMOZIGÓTICO x BRANCO DOMINANTE = LETAL.

COROA x HOMOZIGÓTICO = LETAL.

 se desejarmos que nasçam  um número maior de crias estes são os principais a evitar.

OVOS SUJOS  E /OU MAL ACONDICIONADOS

Sempre que observamos ovos  sujos devido a excrementos ou porque algum se partiu e sujou os restantes devemos retirá-los e lavá-los em agua tépida e de seguida  limpamo-los para evitar que esta sujidade entre no ovo e o torne improdutivo ou que  impeça o trabalho do filhote quando quer partir a casca ao nascer.
 Normalmente 5 minutos em agua tépida e toda a sujidade se solta com facilidade.Temos de limpar com extremo cuidado para não os partir( eu faço-o com um cotonete para não correr riscos).
E estes ovos limpos tornam mais fácil ao 7º/8º dia perceber os raios de sangue que indicam a fecundidade dos mesmos.
 Mais tarde tornam-se num tom mais azul acinzentado que comprova a fertilidade.
Tambem acontece algumas vezes que ao retirar e lavar algum ovo este por estar colado ao fundo do ninho ou ao limpar a sujidade  lhe arranquemos levemente a casca.
 Normalmente ficaria inutilizado para a incubaçăo e seria para o lixo.
Quando isto acontece (ou quando a femea ou o macho com as unhas abre uma fenda no ovo) eu uso um truque caseiro que dá resultados bastante bons.
 Com verniz das unhas das senhoras  incolor passo por cima da racha e selo-o. As possibilidades de incubaçăo e nascimento săo satisfatórias com uma percentagem alta de nascimentos sempre que a fratura năo se localize no pólo largo do ovo o que é por onde é feito o intercâmbio gasoso.
No caso do mau acondicionamento apenas refiro que deveremos colocar os ovos em sitio próprio onde sem problemas os possamos virar se necessário ( pessoalmente não o faço e nunca notei diferenças).
E devemos evitar a colocação em cima de sementes que envelhecem, criam acaros e que interferem na qualidade do ovo.
A areia é o preferivel desde que fina e limpa de impurezas.

ABANDONO DA INCUBAÇÃO /CHOCO POR TEMPO PROLONGADO.

 

Muitas vezes acontece por "ansia" nossa de encher as fêmeas para a cria.
Nesse periodo de incubaçăo nós continuamos  a encher comedouros com comidas muito ricas em gordura e proteínas e as fêmeas  abandonam a incubaçăo a meio para fazer outro ninho e outra postura de ovos.
Desaconselho veememnte  o emprego de Vitamina E, sementes germinadas,perilha e aveia enquanto as fęmeas permanecem no choco.
Nessa altura dememos dar apenas a mistura de criação e 1 vez por semana papa de criação que dê no maximo para 3 dias ( isto evita excesso de zelo na fêmea e que o macho engorde demais e depois não enchas a postura seguinte).

 Também pode acontecer que trovoadas com relampagos de  noite assustem a fęmea, que abandona o ninho e  năo encontra o caminho para  o ninho no escuro.
Esta  é uma crença que ouço desde sempre e que nunca consegui confirmar.
Mas para que isto năo aconteça, eu sempre deixo uma lâmpada de presença ligada no canaril( basta uma de 5w que dê o minimo necessário para que se uma fêmea sair do ninho possa voltar ao mesmo).
Esta luz acaba por ser também é muito útil para confirmaçőes noturnas( como quando anilhamos e queremos confirmar se nenhum filhote foi atirado fora).
 Por outro lado e a não desprezar, pode ocorrer que o macho provoque continuamente a fêmea e não a deixe sossegar no choco, por norma ocorrem brigas contínuas  e por vezes o macho vai desfazendo o próprio ninho e fazem com que a fęmea esteja pouco tempo no ninho. Se observarmos isto, é melhor separar o macho pelo menos até ao fim da encubação ou até à noite anterior à prevista para os nascimentos( eu faço assim na duvida).

CASCA COM FALTA DE CÁLCIO OU DEMASIADO GROSSA

A importancia da preparação das fêmeas para a reprodução é fundamental tambem para o aport extra de cálcio que faz tremenda falta na altura das fêmeas iniciarem a postura.
Quando surge insuficiência de minerais e a fêmea se vê obrigada a usar as suas reservas na produção da casca surgem os chamados ovos moles.
Que mais não são que ovos sem a espessura de casca necessária.

 Devemos oferecer sempre ás fêmeas grit/ casca de ostra em abundancia e/ou osso choco para  evitar esta descalcificaçăo.

Pessoalmente dou cálcio na agua de beber às femas até ao fim de cada postura e na papa de criação tenho-o sempre na quantidade de 10% por quilo .

Uma casca muito dura pode por vezes impedir que o embriăo, quando inicia seu nascimento, quebre a casca do ovo e morra. Sobretudo quando o embriăo é fraco de forças devido a criaçăo em consangüinidade ou infecçőes microbianas, como já anteriormente comentei.

Não esqueçer nunca que apesar do aspecto os ovos săo muito porosos para permitir a troca de gases e a ventilaçăo do embriăo, e uma casca muito grossa pode acabar impedindo que a troca gasosa seja realizada com exito.

Aumentar o nivel de humidade dos ovos um a dois dias antes dos nascimentos em situações de baixa humidade( -40%) ajuda a suavizar a textura casca e facilita o rompimento da mesma.

 HUMIDADE DO CANARIL

A Humidade existente dentro do nosso Canaril também influencia e muito na boa ou má incubaçăo.

 Um ambiente seco ou mesmo extremamente seco  pode acabar por secar  a cobertura embrionária e acabar por afogar o filhote. Se a atmosfera é muito seca, devemos colocar humidificadores ou simplesmente deixar  um ou dois baldes com àgua  algures no Canaril para fazer subir os niveis de Humidade. Se o ambiente pelo contrário é muito húmido, será mesmo muito aconselhavel a utilização de um desumidificador que manterá a atmosfera com um grau de humidade adequado à criação. Este deverá rondar aproximadamente os 70%.
Estas oito observaçőes săo algumas das possíveis causas da mortalidade embrionária durante o desenvolvimento incubacional. Tratemos de evitá-la para que a nossa produçăo anual de pássaros seja a mais frutífera possível e possamos obter um número maior de exemplares, o que nos possibilitará escolher entre eles os mais fortes e saudáveis, para assim continuar mantendo nossos planteis de canários no nível tăo alto que se está ganhando dia a dia a canaricultura espanhola. Năo esqueçamos de que as boas condiçőes que tivermos em nosso criadouro e um mínimo de atençőes diárias serăo as chaves do sucesso.

espero ter ajudado a perceberem um pouco deste problema e sejam persistentes...
com persistenciam chegam lá!

abraço,
José Martins